Manhã anoitecida

Cansado da mesma ladainha chorada
Das ideias que fingem convencer
Das bocas que cospem ordens
E dos teclados viciados no mesmo som.

Exausto das vozes distantes
Dos gestos de repúdio
Das inúmeras solicitações e cumprimentos
Sem sequer um agradecimento sucinto.

Secam-me as forças quando notado
Pelo tropeço, deslize e humanidade
Pelo fracasso, pela miudeza e pelo pecado
E raramente lembrado pelo êxito e pelo triunfo.

Recaio-me sobre a tristeza
Daquele girassol mumificado
Perdido, desnorteado, sem saber onde apontar
Ou direção que nasce o sol nessa manhã escurecida.

1 comentários:

Anônimo disse...

Nossa!!! A fadiga do trabalho é mesmo intensa. Quando eu crescer quero ser poeta igual a você!! Juliana S.

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